20 de setembro de 2004

Se você descobrisse que o seu vizinho se preparava para o destruir logo que tivesse oportunidade, qual seria a sua reacção? Deixava-se ficar à espera que isso sucedesse, ou destrui-lo-ia antes que o destruísse a si? É esta a lógica da guerra preventiva, que o sr. Putin já ameaçou pôr em prática e que a mim me deixa reservas — como me deixou reservas a guerra preventiva iniciada pelos EUA. Como ter a certeza de que o nosso vizinho se prepara para nos destruir antes de isso suceder? Com que direito se destrói o nosso vizinho com base em ameaças que nunca se concretizaram? Este é o dilema, terrível dilema, e a razão porque a guerra preventiva não pode — nem deve — ser um tema pacífico. Mas seria de mais pedir que se discutisse o caso com espírito aberto, sem ideias pré-concebidas?