18 de setembro de 2007

Não sei se o novo Código Penal entrou em vigor sem que a máquina estivesse pronta para o receber, e se a situação é tão dramática como alguns dizem. O que sei é que a confusão instalada não deixará de ajudar quem, no caso Madeleine, aposta em todos os meios que possam descredibilizar a investigação — e o que resta da Justiça portuguesa. Repare-se no que hoje disse o porta-voz dos McCann: a mera suspeita de envolvimento dos pais na morte da filha «é tão inacreditável quanto disparatada», e «daria vontade de rir» caso a suspeita não fosse tão grave. E ainda o senhor Mitchell desconhecia, presumo, as reacções da Justiça ao novo Código Penal. Quando tomar conhecimento de que a Judiciária desconhece o novo Código, que os funcionários judiciais não receberam qualquer directriz sobre a nova lei e que os magistrados não conseguem chegar a uma «uniformidade de critérios e procedimentos», é que vão ser elas.