12 de janeiro de 2009

GUANTÁNAMO. Votei Obama por razões que então expliquei, entre elas por estar convencido de que Obama se renderia ao pragmatismo mal chegasse a hora de tomar decisões. Como acabamos de ver no caso de Guantánamo, em que o presidente-eleito admitiu adiar a sua extinção por cem dias, o pragmatismo falou mais alto. É certo e sabido que uma coisa é o que se deseja, outra aquilo que é. E aquilo que é tem, no caso, muita força. Isto, claro, para não dizer que Obama devia estar melhor informado quando garantiu, em campanha, que ia acabar com Guantánamo mal fosse eleito, e naturalmente partindo do princípio que se trata de informação deficiente — embora isso não invalide que se possa dizer, desde já, que Obama quebrou uma promessa de campanha. Foi a primeira vez que o fez (façamos de conta que a equipa governamental por si constituída marcou a tal rotura com o «sistema» que prometeu), mas não será a última.