23 de abril de 2012

AGARREM-ME SENÃO VOU-ME EMBORA. Miguel Sousa Tavares terá dito, na Bienal de Brasília, que só ainda não se mudou para o Brasil porque sente um dever «quase patriótico» de não abandonar Portugal num momento tão difícil. Não foi a primeira vez que o Miguel se zangou com a Pátria e pensou ir-se embora, como aqui se deu conta, e também não foi o único que fez — ou fará — uma coisa e outra. Também José Saramago emigrou para as Canárias após várias ameaças, como estarão lembrados. Por estar farto de ser maltratado no seu próprio país, disse então, e por causa de um livro medíocre que um governante igualmente medíocre impediu que concorresse a um prémio irrelevante. Estranhamente, a Pátria sobreviveu sem Saramago. Por que não haveria de sobreviver sem o Miguel?