9 de maio de 2012

COISAS DIVINAS. Conta-se que Morgan Yetman, então um dos proprietários da firma Taylor, Fladgate & Yetman, se deslocou a Londres para um exame médico de rotina e o clínico que o observou, surpreendido com a saúde do paciente apesar da idade avançada, resolveu inquiri-lo acerca dos seus hábitos diários. Quis saber, por exemplo, se o sr. Yetman bebia vinho, e se bebia que tipo de vinho. Ao que o sr. Yetman prontamente respondeu: «Obviamente, Porto!» O clínico quis saber que quantidade, e o sr. Yetman não se fez rogado: «Uma pipa por ano.» Ora, uma pipa são 550 litros, litro e meio por dia. Nada do outro mundo, segundo alguns comentaram na época, e a verdade é que ali estava um quase ancião a comprová-lo. O rótulo que ilustra este texto pertence a um certo vinho fino (é assim que se chama na minha terra) que também tem uma história, mas a verdade é que já não me lembro dela. Mas já não me esquecerei tão depressa que foi do melhor que eu já bebi (tive ocasião de o comprovar durante meia dúzia de garrafas), de pedir meças a um Porto apenas reservado às visitas ilustres (desculpem a imodéstia) que em tempos provei numa adega com vista para o Tua. Bendito seja, portanto, quem fez tal vinho, bendito seja quem mo deu. É que nem sempre os melhores vinhos vão parar aos estômagos de quem sabe apreciá-los, desculpem a presunção.