26 de outubro de 2012

MENTIRAS E MAIS MENTIRAS. Toda a gente que anda na política e tem pretensões a governar considera que o Estado tem de cortar na despesa. Uns de uma maneira, outros doutra, mas todos concordam no essencial: o Estado consome mais do que devia. O resultado destes «considerandos» é conhecido: a despesa não só não diminui, como continua a aumentar. Medina Carreira diz que o próximo Orçamento vai aumentar a despesa em 2.3 mil milhões de euros, e ele não costuma enganar-se nas contas. Os cortes na despesa anunciados pelo Governo são, portanto, uma falácia. Convinha que da próxima vez que os governantes (ou políticos no activo) anunciem cortes nas despesas comecem por demonstrar onde pretendem cortar, como pretendem cortar, e quanto pretendem cortar. Enquanto isso não suceder, não contarão com o meu voto. Os políticos, sobretudo os políticos que nos governam, não podem ficar impunes quando não cumprem o que prometem, quando mentem descaradamente, ou quando recorrem à demagogia para nos criar falsas esperanças, de que a candidata social-democrata à presidência do Governo dos Açores, prometendo criar 15.000 empregos caso fosse eleita, é o exemplo mais recente. Em Portugal «só se ganham eleições com mentiras», diz, ainda, Medina Carreira. É uma verdade mais que demonstrada. Mas os políticos deixarão de mentir no dia em que perceberem que a mentira não compensa. Compete-nos, portanto, fazer chegar esse dia.