28 de junho de 2013

MORALISTAS DE OCASIÃO. Finalmente, Edward Snowden terá conseguido refúgio num país conhecido — e admirado — pela liberdade que concede aos seus cidadãos, onde não existem escutas telefónicas, vigilância da internet, coisas assim. Se tudo correr bem, dentro de poucos dias estará a jogar à bisca com Julian Assange, outro paladino da liberdade que elegeu o Equador como país modelo das virtudes que apregoa. Só espero que na fuga de Snowden não haja mão de Baltasar Garzón, como muitos garantem. É que o meritíssimo juiz, que se distinguiu por levar à justiça um certo tipo de ditadores e por fazer vista grossa sobre outros iguais ou piores, foi corrido do cargo por ter ordenado escutas ilegais (sim, ilegais), pelo que talvez não tenha autoridade moral para agora vir defender um cavalheiro que revelou escutas legais. Sim, tudo indica que as escutas do Governo americano foram legais. Goste-se, ou não, da ideia.